Caminho
desde meus ancestrais.
Faz muito
tempo.
Também sou
daqui, Pois essa terra era a mesma
De onde
vim.
Uma
regressão me ajuda a ver os semblantes assustados,
Corações
agoniados, os reféns já estavam prontos para serem embarcados
Para o
desconhecido.
Antes,
porém era necessário dar a volta sagrada na árvore do esquecimento.
Deixando
para trás tudo o que conhecia até o momento.
Os reféns
deixaram de ser.
Os reféns
deixaram de existir.
Os reféns
não podiam sequer sentir.
A pitada
de sal na boca garantia na fé
O fim
do risco de uma morte pagã.
O oceano
extenso esperava sorrateiro
As embarcações
que se destinavam ao novo destino,
De todo
um povo,
Toda uma
linhagem,
Toda uma
cultura.
Entre pesadelos,
doenças e os solavancos marinhos,
Os resistentes
aportaram, os resilientes sobreviveram
À amargura,
à dor, ao desprezo.
Eu os
agradeço e, ao mesmo tempo, me reconheço como o
Principal
suspiro de força, pois se existo, nasci do mais forte.
Represento
os melhores, os mais capazes.
Daí me
pergunto: Por que a necessidade de incutir a inferioridade em mim?
Fui
capaz de vir aos poucos, como vítima hedionda,
Lá de
outro continente
E não vai
ser agora que me entregarei,
Represento
um grupo
Daqueles
ancestrais que decidiram
Lutar para
sobreviver e que me deram a liberdade como presente.
Portanto,
para aqueles que tem algo contra,
Vai meu
recado:
Engulam-me.
Vivian Kosta
OBS: Imagem da internet.
OBS: Imagem da internet.
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